Gerais
Ao contrário do que é amplamente divulgado pela mídia, Chaves e Chapolin como séries acabaram no final de 1979 (ou no início de 1980, já que o episódio do Chaves “Antes um tanque funcionando do que uma lavadora encrencada”, possivelmente o último episódio do programa independente, está datado desse ano). Ou seja, a partir de 1980 (e não a partir de 1983), esses programas acabaram, dando lugar ao tradicional Programa Chespirito, que havia saído do ar em 1973 e foi gravado até 1995. No Brasil, o programa teve seu nome mantido pela CNT em 1997 e, em 2001, foi rebatizado pelo SBT de Clube do Chaves. A foto ao lado é do ano de 1980, logo no reinício do Programa Chespirito. |
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Um mistério de longa data foi desvendado pelo Turma CH. A pergunta que não queria calar era: por que o personagem Don Ramón recebeu o tão diferente nome de Seu Madruga no Brasil? Nas décadas de 70 e 80, quando a natação ainda era um esporte sem expressão no Brasil, surgiu um atleta que incentivaria o lançamento de nomes como Ricardo Prado, Gustavo Borges, Fernando Scherer e Thiago Pereira. O seu nome: Djan MADRUGA. Ele tinha como característica um bigode idêntico ao do pai da Chiquinha. Provavelmente por isso que a dublagem escolheu este nome para o personagem de Ramón Valdez: para homenagear este grande atleta da foto ao lado. Dono de uma medalha de bronze olímpica no revezamento 4x200m em Moscou-80, Djan Madruga era conhecido como o "Cavalheiro da Natação". O dublador do personagem, Carlos Seidl, a princípio nega esta versão, alegando que o nome Madruga foi colocado por Marcelo Gastaldi em função do pai da Chiquinha ter todo o jeito de quem curtia uma farra na madrugada. Mas é impossível não considerar esta hipótese da relação com o nadador! |
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Em algumas edições, uma certa cena possui um defeito de imagem e ela é substituída por uma outra do mesmo episódio que não tem muito a ver com a situação do momento, e que serve apenas para tapar a falha. Por isso que, no momento em que o Professor Girafales puxa a orelha de Chaves no episódio do Seu Madruga na Escola, de uma hora para outra aparece uma cena em câmera lenta do Nhonho apavorado tirando o livro da frente de seu rosto. No original, durante o puxão de orelha, acontece um defeito na imagem, que fora substituído pelo SBT por esta cena do Nhonho, que aconteceria no original minutos depois.
Esta é a cena que é usada para cobrir um defeito de imagem na versão remasterizada do episódio dos "Churruminos", onde também acontece a substituição.
O mesmo acontece no episódio "Amarelinhas e Balões". No momento em que Dona Clotilde revela que vai fazer uma confissão ("Para o meu último bolo de aniversário, eu comprei quarenta velinhas"), um defeito brusco na imagem acontece e fica totalmente nítido em uma das edições do episódio. Em outra edição, a falha é substituída por uma expressão espantada do Professor Girafales (que dura uma fração de segundo) que nada tinha a ver com a cena. Voltando ao "Seu Madruga na Escola", duas cenas diferentes em duas distintas edições do episódio são utilizadas para encobrir o defeito na hora em que Dona Florinda diz "Eu não entendo por que o Professor Girafales aceita na escola certas criaturas": uma é a cara de Seu Madruga zangado com a frase de Florinda, que seria repetida adequadamente segundos depois e a outra é a de Chaves sentado na escada (essa havia ocorrido antes, quando o órfão se sentou irritado já que eles não iriam ir para a escola enquanto Dona Florinda não estivesse bonita).-
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Lembram-se do sinal com a mão "C", feito pelo homem fantasiado de Napoleão logo após ter a sua carteira roubada por Chompiras no episódio "Festa a Fantasia"? Pois este gesto é característico do apresentador Raul Velasco (acima), um famoso animador dominical do México que participou da famosa cena do episódio. Quando seu programa vai para o intervalo, Velasco sempre faz o sinal com a mão dizendo "ainda tem mais". Além do "C" com a mão também aparecer no episódio do Don Juan Tenório (feito por Chespirito e Rubén Aguirre para chamar o intervalo), Seu Madruga, na terceira parte do Festival da Boa Vizinhança, repete o mesmo gesto e a mesma frase logo após Pópis anunciar que Chaves está no banheiro. Velasco faleceu em novembro de 2006. O cara das fotos acima é considerado o mais popular de todos os figurantes. Infelizmente ninguém sabe seu nome, mas ele é famoso por ostentar um avantajado nariz. Daí surgiu a carinhosa alcunha de "figurante narigudo", colocada pelos chavesmaníacos brasileiros. Ele aparece em vários episódios no Brasil, porém nunca abrindo a boca (embora exista um esquete do Dr. Chapatin nunca exibido no SBT em que ele - pasmem! - fala). Mas quando ele desponta, mostra um carisma gigantesco e uma presença de cena hilária, mesmo que por escassos segundos. Suas aparições meteóricas já são suficientes para enfatizar seu jeitão tímido e desajeitado que o torna tão cultuado. O cara simplesmente rouba a cena como o cliente da barbearia do Seu Madruga, como o encanador que faz o rombo da parede da casa de Glória (Regina Torné), como o guardador de carros do Hotel Acapulco Intercontinental, como o paciente no episódio "O Transplante de Mão" (com direito à brincadeira de Carlos Villagrán com o nariz da figura - foto acima à direita), como o homem que tem sua esmola recusada pelo mendigo em "Pedintes em Família", entre outras participações marcantes. Uma das frases mais famosas de Seu Madruga na série é "Mas é que são os energéticos". No episódio do Cofrinho, o pai da Chiquinha culpa os energéticos por não poder pagar o aluguel, alegando que todos os problemas do mundo estão relacionado a eles (Quico também diria que as novas notas de 50 estão feias por causa dos energéticos). A gravação da fase clássica de "Chaves" ocorreu em plena época da crise mundial do petróleo (1977). Com a crise, todos os produtos (a grande maioria derivados do petróleo) aumentaram de preço, acarretando grandes dificuldades na qualidade de vida. Por isso, quando Chaves diz que o preço dos refrescos aumentaram devido aos "energúmenos" (quer dizer, energéticos?), ele se referia ao alto reajuste dos preços devido à crise energética da época, apesar da água da chuva não ter nada a ver com petróleo (malandrão o Chavinho, hein?). O fato da série ter começado a passar aqui no Brasil apenas em meados da década de 80, no momento em que já era desatualizado o assunto, criou esse mistério e tantas dúvidas quanto aos tais energéticos. María Antonieta de las Nieves é casada desde o início da década de 70 com Gabriel Fernández, um dos locutores da abertura do seriado "Chaves". Mas o que pouca gente sabe é que ele é o figurante que se senta atrás de Chaves nos episódios de 1979 da escola, já sem Quico. Ou seja, o homem de chapéu e camisa azul com o número 14 que ri das piadas de Chaves no episódio das Pérolas é o marido da Chiquinha na vida real. Observe-o na foto acima. |
No final do episódio "Abre a Torneira", Sr. Barriga leva as tintas para a casa de Sr. Madruga e no segundo episódio, a dita continuação, ao invés das tintas, é usado o leite de burra. Onde foram parar as tintas? E outra, a pintura não era para ser no primeiro pátio? Por que o episódio inteiro se passou no segundo pátio, então? É que o episódio do Leite de Burra não tem nada ver com o "Abre a Torneira". Sem contar que, enquanto Seu Madruga recebe, no primeiro episódio, a promessa de que toda a sua dívida será quitada, no segundo o trabalho só fará com que Seu Barriga desconte do chimpanzé reumático três miseráveis meses de aluguel. Parece muito, mas não para quem deve quatorze meses... |
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Além de Ana Lílian de la Macorra (ao lado), outras três atrizes já interpretaram a personagem Paty. Na primeira versão, de 1971, quem a fez foi uma atriz morena da qual desconhecemos seu nome, enquanto Glória foi interpretada por Maribel Fernández, conhecida como La Pelangocha. Já Rosita Bouchot a interpretou na segunda versão (Dia Internacional da Mulher), onde Olivia Leiva era sua tia. Por fim, numa versão do Clube do Chaves, Veronica Fernández, filha adotiva de María Antonieta de las Nieves, também deu vida à personagem. Ah, e quem interpretou a Glória mais conhecida foi a atriz Regina Torné. |
Alguns objetos são reaproveitados em diferentes cenários: o quadro onde aparecem duas mãos juntas e estendidas (junto com um rosto coberto por um pano branco) está presente nos episódios do Chapolin "Os Microfones Ocultos" e "O Presente de Casamento" e também na história da faxineirinha (Florinda) da série do cinema. A casinha marrom de cachorro com o nome Sansón escrito acima da porta. Ela aparece em episódios como "Couro Velho que te quero pra Tambor", "A Volta da Corneta Paralisadora" e "O Mão Negra". Também há um abajur branco que desponta em quatro histórias. Outro exemplo interessante é a lixeira usada no episódio do "Porca Solta" também aparecer no episódio "O Regresso da Chiquinha" no Chaves. Veja a comparação acima. Vale tudo pra economizar.... |
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Quem disse que apenas Seu Madruga é quem dá cascudos no pobre do Chaves? Dona Neves também já castigou dessa forma o pobre menino órfão no episódio da Cruz Vermelha (segunda versão, atualmente no ar). Isso depois que Chaves disse que tinha acontecido um acidente com a bisavó da Chiquinha por ter nascido tão feia. Poucos sabem, mas Chiquinha também já deu um cascudo no Chaves. Foi na primeira versão perdida da Nova Vizinha, de 1971. Quando ele diz que sentiu coragem após Chiquinha tê-lo beijado para que desmaiasse, a filha de Seu Madruga, de tão irritada, faz Chaves se abaixar (já que é baixinha), lambe sua mão e soca com raiva seu cocuruto. No início da série "Chaves", Chespirito exagerava em algumas cenas em que seus personagens apanham. Naqueles primeiros episódios, Seu Madruga distribuía cascudos no menino a cada trapalhada sua, das mais simples. Bem como Seu Barriga apanha de uma maneira que nenhum ser humano normal agüentaria na primeira versão de "Seu Madruga Carpinteiro" (presente no box 6 da Amazonas, em Chaves está com uma camisa branca com uma estampa animada do Chapolin), além do Homem da Roupa Velha dar um murro na cabeça de Chaves e de Seu Barriga tentar dar um soco na cara do órfão em "O Dinheiro Perdido versão 1". Também é desta fase inicial a cena mais forte da história das séries CH: a do assassinato do gato de Dona Florinda por parte de Seu Madruga, munido de espada para matar touros, em "Peixinhos Coloridos versão 1" (presente no box 1). Tudo bem que a câmera não mostra o acontecimento, e sim apenas os brados de Seu Madruga ao esfaquear o gatinho. Mas que é chocante... Tanto que Roberto Gómez Bolaños mudaria o final na segunda versão (no ar atualmente pelo SBT), fazendo com que um caminhão mate o animal. Aliás, Chespirito pegou muito mais leve nos episódios seguintes com relação aos primeiros, pois Seu Madruga já estava mais comedido na distribuição de cascudos e Seu Barriga não apanhava de uma forma tão intensa (apanhar, sempre apanhou, mas não ao nível de espancamento). |
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Continuando o assunto sobre datas, também podemos saber que o episódio de estréia de Jaiminho e Dona Neves é de 1979 por causa da carta onde é possível ler a sua data (apesar que dublam 1985). Já na história em que aparece o famoso ator Hector Bonilla (foto acima), Chaves pergunta ao ator se o carro que está do lado de fora da vila é dele. Hector responde afirmativamente. Chaves pergunta sobre seu ano: "79?" e Hector diz: "Não, só mais um". Outra prova concreta sobre a data de um episódio, já que, pela teoria dos figurinos e pela ausência de Quico (mas ainda com a presença de Seu Madruga), o episódio fora gravado em 1979 (mais precisamente no começo desse ano). Pelo menos a dublagem obedeceu o texto original. |
Já a abertura dos fundos da casa de Seu Madruga geralmente liga à cozinha (como fica claro no episódio do Despejo, de onde Chaves traz - e derruba - pratos). No perdido "Espíritos Zombeteiros" e no "Festival da Boa Vizinhança", existe uma porta no lugar. No primeiro episódio, na única vez em que mostram a parte de dentro deste local (quando Quico se tranca, com medo da Bruxa), o lugar parece ser uma espécie de despensa (o que dá a idéia de que também seja a cozinha nesta história). Já no segundo episódio, temos a impressão de que o aposento seja o quarto da Chiquinha, pois o Nhonho troca as calças no local e Pópis se tranca lá depois de discutir com Chiquinha. |
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Para encerrar a série de datas confirmadas de episódios, não custa recordarmos a arrastadíssima versão de quase uma hora do episódio "Almôndega - O Mestre dos Disfarces" do já decadente quadro "Chapolin", feito para o Clube do Chaves. Edgar Vivar lê um jornal no hospital e dá para perceber uma nota escrita "México-93, Copa América". A competição foi realizada no país em 1993 e acabou sendo vencida pela Argentina numa final contra os anfitriões. O Brasil acabou desclassificado pelos hermanos nos pênaltis. É a prova de que o episódio fora gravado em 1993 (se os atores já estavam gordos nessa época, imagina hoje...). |
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No episódio em que o Senhor Barriga ameaça despejar Seu Madruga e coloca todos os seus móveis na vila, Chaves entra no armário da Chiquinha e, após sair, entra o dono da vila. O grande erro notado ocorre quando as crianças empurram o roupeiro com o Seu Barriga dentro. Como o fundo debaixo do armário não é fechado, nota-se que, ao cair, o armário não tinha ninguém e, após a queda, percebe-se os pés do Sr. Barriga. Isso é óbvio, pois ninguém queria machucar Edgar Vivar, e, por ele ser muito gordo, provavelmente também não queriam perder o roupeiro... Isso sem contar a mudança do reflexo do espelho no corte da cena, do momento em que o dono da vila penetra no armário até Chiquinha dizer a Chaves: "O Seu Barriga entrou no roupeiro". |
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Algo estranho acontece no fundo da casa de Seu Madruga no episódio do Violão. Percebemos que o lado de dentro é todo cinza e sem nenhum móvel. Algo esquisito também acontece no episódio da Choradeira. Quando se abre a porta, a visão do lado de dentro da casa de Dona Florinda se resume numa parede com um quadro. Já nos demais episódios, o fundo é a própria sala de estar (lembrem-se de "A Sociedade"). Tudo isso sem contar o fundo azul que surge na hora em que Chapolin abre a porta acertando a cara de Pistoleiro Veloz. Um fundo azul que, sem sombra de dúvida, é do próprio estúdio e nem em sonho combina com um lugar ambientado no Velho Oeste. |
Um mesmo cenário das casas de Seu Madruga e Dona Florinda possuem diferentes funções em variados episódios. Por exemplo, a porta em frente ao sofá da sala de Seu Madruga nos episódios de 1975 dá para o quarto de Chiquinha (lembre-se de episódios como "A Catapora da Chiquinha" e "A Galinha da Vizinha..."). Já em "O Disco Voador" e "O Fantasma do Seu Barriga, o quarto da Chiquinha passa a ser o banheiro. Onde será que ela dormia dos episódios de 1976 até a saída de seu pai das séries? Já na casa da mãe do Quico, no episódio "Quico Doente" a porta localizada depois da sala era o quarto do bochechudo (lembram-se da cama no armário para "guardar leito?"). E no "Aniversário do Quico", o mesmo lugar já era a cozinha. E olha que esses dois episódios são da mesma época.
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As séries de Chespirito têm vários episódios que são segundas, terceiras e até quartas versões. As histórias são repetidas em quadros diferentes. Por exemplo, o episódio em que o Cachorro morde a barriga do Chaves teve a sua segunda versão no quadro do Chaveco, no qual a mãe da Chilmontrúfia, dona Agrimaldolina (Anabél Gutiérrez) é mordida pelo cão. Segundo Chespirito, foram feitas outras versões porque ele queria aproveitar ao máximo seu elenco, fazendo com que cada um dos atores atuassem em todas as histórias. |
Existem episódios que são perdidos ou inéditos com inúmeras cenas fortes, como aquele que as crianças fingem que o Quico é atropelado e coloca lingüiças como se fosse tripas; há também um episódio inédito em que Seu Madruga mostra o dedo cortado pelo serrote cheio de sangue e Chaves e Seu Madruga chegam a queimar quase meio dedo... Sem contar a cena em que Chaves lambe um ferro quente na primeira versão de "Inseptos" (foto ao lado). Muitos alegam que esses episódios foram cancelados devido a censura às cenas. |
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O terceiro pátio não é mostrado em nenhum episódio. O interessante é que, no episódio da reforma da vila - "Leite de Burra" -, Seu Madruga e Seu Barriga vão para esse pátio pra ver uma parede que precisa ser rebocada. Mas o terceiro pátio na realidade não existe. No corredor que dá para o terceiro pátio, dá para notar um muro que encerra as limitações da vila no fim do episódio, quando Seu Madruga aparece dizendo: "Uma mulher de gesso com coração de pedra". Quer dizer que, no momento em que Dona Florinda saiu correndo atrás de Seu Madruga indo pelo mesmo corredor, enquanto os dois atores não apareciam, ficaram esperando ali mesmo naquele muro as suas respectivas vezes de entrarem em cena (com Dona Florinda dizendo "Vamos ver se agora você aprende" e Seu Madruga aparecendo todo arrebentado), assistindo às palhaçadas dos personagens de camarote. |
Contam muitas lendas a respeito das antigas exibições do SBT das séries. A mais famosa é referente ao dito episódio "O Revolvinho do Chaves". De existência discutida, algumas fontes garantem que este episódio teria passado apenas uma vez no Brasil: em 1992, como tapa-buraco, devido ao alagamento dos estúdios do TJ Brasil, antigo telejornal do SBT. Para cobrir o horário, o SBT teria colocado no ar esta história do revolvinho. Há quem jure de pés juntos que isto aconteceu... só não lembram de descrever por inteiro o episódio para sabermos se ele realmente existe. |